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sábado, 19 de setembro de 2009

FUNDAMENTOS DO METODISMO NO SÉCULO XVIII

ABAIXO TRAGO O MEU TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO ANO DE 2004 NA FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE SÃO PAULO.
ELE FOI O PRIMEIRO TRABALHO DE CONCLUSÃO PARA BACHARELADO EM TEOLOGIA DA FACULDADE NA GRADE DO MEC.
FICO FELIZ QUE SIRVA DE MANUAL E FONTE HISTÓRICA PARA AQUELES QUE AMAM O METODISMO E SUA ORIGEM.
FALO DA ORIGEM DO METODISMO COM CARLOS E JOÃO WESLEY EM OXFORD.
DEGUSTEM!!!



Leonardo Simões dos Santos


FUNDAMENTOS DO METODISMO NO SÉCULO XVIII
ARMINIANISMO X CALVINISMO



FTBSP - 2004


Leonardo Simões dos Santos







FUNDAMENTOS DO METODISMO NO SÉCULO XVIII
ARMINIANISMO X CALVINISMO




Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final no curso de Bacharel em Teologia da Faculdade Teológica Batista de São Paulo

Orientador: Prof. Marcelo dos Santos Oliveira













FTBSP - 2004


Leonardo Simões dos Santos





FUNDAMENTOS DO METODISMO NO SÉCULO XVIII
ARMINIANISMO X CALVINISMO


BANCA EXAMINADORA



Prof. Marcelo dos Santos Oliveira

Prof. Joel Wesley Wright











FTBSP - 2004


DEDICATÓRIA





In memória

Ao meu pai Pacifico Ambrosio dos Santos
Que se estivesse vivo, ficaria muito orgulhoso de mim.





















AGRADECIMENTOS


Agradeço a Deus por ter confiado em mim.

A minha irmã Andréa Simões Beckhauser que me apresentou o Metodismo, e sua doutrina principal: Santidade, ainda pequeno.

Ao professor Marcelo Santos, meu orientador, por compartilhar comigo deste momento tão ilustre em minha vida, e demonstrado carinho e amor pelo que faz.

Ao professor Joel W. Wright por ter aceitado fazer parte da banca examinadora.

A minha grande família, que me acompanhou, desde o primeiro dia de aula, e hoje contemplam com seus olhos este TCC.

A igreja Metodista Livre de Cangaíba por me apoiar desde o inicio, e mesmo longe de lá continuam comigo, dentro do meu coração.

Ao irmão, que eu queria muito que fosse de sangue: Sergio Rolemberg de Albuquerque, que com amor corrigiu meu português.

A historiadora Adriana Zanatta, que forneceu suas fotos para dar vida a esta obra.








EPÍGRAFE























“Considero o mundo inteiro como minha paróquia”.
João Wesley








R E S U M O
Esta pesquisa narra a História do Metodismo no século XVIII, seu inicio, fundadores e doutrinas, analisando seu desenvolvimento em Oxford nos primeiros anos, e seu crescimento. Descreve o perfil dos líderes do Movimento Metodista, bem como seus pensamentos, destacando a doutrina arminiana de João Wesley e o calvinismo de Jorge Whitefield, trazendo a influência que Arminio e Calvino causaram na vida de ambos. Apresenta um relato histórico e panorâmico do Metodismo no século XVIII, e mostra como os fundamentos do Metodismo no seu inicio, foram importantes para o mesmo se manter firme em Oxford e mais tarde no mundo.
Palavras-chave: Metodismo, Oxford, João Wesley, Doutrina Arminiana, Jorge Whitefield, Calvinismo, Arminio, Calvino.

A B S T R A C T
Tell us the history of Methodism in XVIII century, that foundations and doctrines, analysis his development in Oxford since the first years. Show the leader’s movement Methodist profile, and their thoughts, distinguish the Arminian doctrine of John Wesley and the Calvinism of George Whitefield, bringing the influence that Arminiun and Calvin had in their lives. Showing the historic and panoramic report of Methodism in XVIII century, showing how the basis of this Methodism were important since the beginning to keep their in Oxford and later in all the world

R E S U M E N
Esta pesquisa narra la história del Metodismo en él siglo XVIII, su inicio, fundadores y doctrynas, analisando su desenvolvimiento en Oxford en los primeros años, y su crescimiento. Escribe él perfil de los lideres del movimiento Metodista, como biene sus pensamientos, destacando la doctryna Arminiana de Juan Wesley y él Calvinismo de Jorge Whitefield, traiendo la influencia que Arminio y Calvino causaron en la vida de ambos. Presenta un relato histórico y panoramico del Metodismo del siglo XVIII, y mostra como los fundadores del Metodismo en su inicio fueran importantes para mantenerse firmes en Oxford y mas tarde en él mundo.

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO ...........................................................................................................09
1 – CARLOS WESLEY – SUA VIDA .........................................................................10
1.1 – Carlos Wesley – Vida Acadêmica .....................................................................10
1.2 – Carlos Wesley – Sua Conversão ......................................................................11
1.3 – O Metodismo em Oxford ...................................................................................12
2 – JOÃO WESLEY – SUA VIDA ..............................................................................16
2.1 – João Wesley – Vida Acadêmica ........................................................................16
2.2 – João Wesley – A decepção Missionária ............................................................17
2.3 – João Wesley – Sua Conversão .........................................................................19
2.4 – João Wesley – Momentos Difíceis ....................................................................19
2.5 – Arminianismo .....................................................................................................21
3 – JORGE WHITEFIELD – SUA VIDA .............................. .......................................26
3.1 – Jorge Whitefield – Vida Acadêmica ................................................................…26
3.2 – Jorge Whitefield – Sua Conversão ....................................................................27
3.3 – Jorge Whitefield – Missionário dos Colonos ......................................................27
3.3 – Calvinismo .........................................................................................................29
CONCLUSÃO .............................................................................................................32
BIBLIOGRAFIA ..........................................................................................................33
ANEXOS ....................................................................................................................36









INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta os fundamentos do Metodismo no século XVIII, mostrando a vida de seus fundadores, tanto social como academicamente. A proposta maior é mostrar a doutrina de seus fundadores e como elas influenciaram no processo de crescimento do Metodismo e na vida dos membros do grupo.
Visa apresentar duas faces do Metodismo no século XVIII, que são: O Arminianismo e o Calvinismo. O arminianismo foi aderido por João Wesley e o Calvinismo por Jorge Whitefield. Uma se contrapunha a outra, trazendo a divisão do Metodismo e a inimizade por muitos anos entre os seus fundadores. O objetivo é mostrar aos leitores que o Metodismo teve uma corrente Calvinista em sua história, que não foi conhecida por muitos Metodistas, que abraçaram a doutrina arminiana desprezando o calvinismo e Jorge Whitefield, apagando seu nome da história Metodista.
O inicio do Movimento em Oxford também é apresentado: a vida de Carlos Wesley que foi o idealizador do Movimento, e que logo após confiou a seu irmão João Wesley a liderança do grupo, que moldou a teologia do grupo como pensava. Algum tempo mais tarde agregou-se ao Clube Santo Jorge Whitefield que se decidiu pela doutrina Calvinista, trazendo para história do Metodismo uma nova linha, a qual não teve forças para concorrer com o arminianismo dos Wesley.
Analisando a história e a teologia destes grandes homens, redigiremos a seguir fatos que comprovam as bases do Metodismo em Oxford, mostrando ao leitor a verdadeira história do Metodismo no século XVIII, que permanece fiel até os dias de hoje de forma impactante, que vem ganhando muitos adeptos, que logo seguem essas doutrinas essenciais para o viver no cristianismo wesleyano, santo e bíblico.






1- CARLOS WESLEY – SUA VIDA
Para ilustrar com veracidade a origem do Metodismo, é inaceitável deixar de contar a vida de Carlos Wesley, que foi o grande fundador do Clube dos Santos em Oxford, que por motivos de insegurança e imaturidade confiou o grupo todo ao seu irmão João Wesley, que como mais velho da turma, abraçou com o coração a liderança.
A data correta de seu nascimento não se sabe, devido ao incêndio que ocorreu na casa pastoral[1], a mais provável é a data de 18 de Dezembro de 1708, ele era o décimo oitavo filho.
Como João, ele aprendeu escrever e a ler com sua mãe Suzana. Quando estava com nove anos de idade, seu irmão mais velho Samuel, ocupava um lugar na Escola Westminster. Estudou cinco anos em Londres, com quatorze anos ele ganhou uma bolsa que era oferecida pelo rei para estudar gratuitamente em faculdades.
Durante seus anos na escola, um irlandês muito rico chamado Garret Wesley, queria Carlos como seu herdeiro, e para isso Carlos Wesley teria que ir para Irlanda, mas não aceitou e pouco tempo depois o Sr. Garret Wesley adotou um de seus parentes, chamado Ricardo Colley, que herdou seu nome e sua fortuna, que em 1747 tornou-se barão de Mornington, sendo importante na Europa.

1.1 – Carlos Wesley – Vida Acadêmica
Em 1726 Carlos Wesley foi promovido como aluno do Christ Church, na Universidade de Oxford, pois nesta mesma Universidade seu avô, seu pai e seu irmão João haviam estudado.
Carlos a cada dia estava se perdendo no meio das amizades que conquistara em Oxford, e por isso se tornou indiferente com as coisas referentes à religião.
João Wesley sentia a obrigação de cuidar de seu irmão mais novo, e falava constantemente sobre religião que o deixava nervoso, então dizia: “Quer que eu fique santo de vez?” (BUYERS, 1929, p.54).


João Wesley teve que se afastar de Oxford para ajudar seu pai em Wroote. Voltando em 1729, encontrou um novo Carlos Wesley, que refletindo sobre sua solidão, resolveu freqüentar semanalmente a comunhão, e levara consigo alguns amigos, na tentativa de ajudá-los a caminhar corretamente, e todos já haviam recebido o nome zombeteiro de metódicos.
Carlos Wesley, após terminar seus estudos na Universidade foi nomeado instrutor.

1.2 – Carlos Wesley – Sua Conversão
No ano de 1735 com a morte de seu pai resolveu juntamente com seu irmão João Wesley, servirem o reino de Deus na América, a fim de salvar sua própria alma. João foi como capelão e Carlos como secretário. Assim como seu irmão João Wesley ele não foi bem sucedido, pois não aceitavam a sua pregação, e em tudo era criticado, isso fez com que ele voltasse para Inglaterra. Ao chegar na Inglaterra teve um encontro com Zinzendorf, líder dos moravianos, que fez um convite para assistir uma reunião em Londres, e assim ele descreveu essa reunião: “Parecia-me estar no meio de um coro de anjos”. (BUYERS, 1929, p. 59).
Algum tempo mais tarde Pedro Bohler, foi visitá-lo devido as suas enfermidades, e pregou coisas que falaram muito ao seu coração, que não demorou em se converter, no dia 21 de maio de 1738 se reuniu com amigos e seu irmão João, na casa de um operário pobre de nome Bray, que conhecia o Senhor, e neste local sentiu paz e muita alegria, “entrou no gozo do Espírito Santo e experimentou a fé viva”. (BUYERS, 1945, p.37).
Decidiu então se unir a seu irmão e a Jorge Whitefield, como pregador itinerante, e começou a pregar ao ar livre. Mas a sua fama estendeu por toda a Inglaterra não por sua oratória e sim por seus poemas e hinos, que tocavam as almas de um povo na busca de um Deus verdadeiro e imanente.
Ao deixar a vida de pregador itinerante casou-se com Sara Gwynne, filha de um homem rico que consentiu neste casamento, porque os Wesley não eram de família rica. O pai da moça fez com que os irmãos Wesley assinassem um contrato de casamento, prometendo um ordenado de cem libras esterlinas por ano, e só assim Carlos pôde se casar no dia oito de Abril de 1749. Carlos tinha quarenta e dois anos e ela vinte e três anos. Tiveram oito filhos, cinco morreram ainda pequenos, seus filhos influenciados pelo pai, tinham paixão pela musica, eram músicos e tocavam vários instrumentos, Carlos Wesley priorizava a educação dentro de casa.
Carlos Wesley faleceu no dia 29 de Março de 1788, deixando 6500 hinos maravilhosos e muitos seguidores, que como sementes germinaram para o mundo.

1.3 – O Metodismo em Oxford
Traças da Bíblia, Clube dos Santos, Metodistas, eram o que ouviam ao passar nos corredores de Oxford, um grupo de amigos que se reuniam em seus dormitórios diariamente para buscar um Deus vivo, que estava morto na Inglaterra e principalmente em Oxford (centro Universitário da época).
Joy (1996, p.11) em seu livro intitulado Despertamento Religioso de João Wesley, traz como fundador do Metodismo, “Carlos Wesley”, um jovem corajoso que na sua escola defendia o jovem James Murray que sofria na mão dos rapazes mais velhos, Carlos foi capitão do corpo discente, erudito na história e grande poeta, que ao se sentir só decidiu viver uma vida santa, e começou a convidar seus amigos de Oxford para tal. Neste período escreveu para seu irmão João dizendo: “É através de seus recursos, eu creio firmemente, que Deus continuará aquilo que Ele começou em mim, e não há outra pessoa que eu desejaria ter como instrumento para o meu bem além de você”. (HEITZENRATER, 1996, p.38).
No início, Carlos era amparado pelos amigos William Morgan e ocasionalmente pelo Bob Kirkham, um ajudava o outro nos ensinos acadêmicos e religiosos.
A chegada de João Wesley trouxe animo aos amigos, pois agora eles tinham um líder – um fellow[2], alguém mais maduro que poderia encabeçar o grupo e defendê-los perante as zombarias afrontadoras que recebiam em Oxford. Com a presença de João Wesley eles começaram a participar regularmente da Ceia do Senhor. Podemos então dizer que estava começando a formar a base do Metodismo, tudo isso aconteceu no final do inverno de 1729/30. O diário de João revela o inicio: “Reuniões a noite, na terça-feira, no quarto de Carlos, quinta-feira no de Kirkham, no sábado no de João, e no domingo no de Morgan” (WESLEY apud HEITZENRATER, 1996, p.39). Essas reuniões visavam os estudos clássicos, teologia, e busca de santidade, o grupo não perdia os cultos em Oxford e nem a Santa Ceia.
O grupo foi ganhando maturidade. As idéias de Morgan, ajudaram no processo de maturidade, ele sugeriu várias vezes a João e ao grupo fossem visitar os presos, ensinar as crianças órfãs, cuidar dos pobres e idosos. Morgan[3] então assumiu a área social desenvolvendo muito bem aquilo que propôs, com zelo e carinho.
Em 1731, Morgan teve que retornar a Irlanda, por problemas de saúde, e os irmãos Wesley tiveram que se virar como podiam para suprir a área organizada por Morgan. João Wesley começou a trabalhar mais em prol das vidas que já dependiam deles.
O grupo foi ganhando adeptos na Universidade que tiveram uma pequena passagem pelo Clube dos Santos, eram eles: João Boyce, William Haward, que se desligaram por não concordarem com as idéias dos irmãos Wesley.
Em 1732 Morgan voltou e ficou mais um tempo em Oxford, assumindo novamente a área social do grupo. Neste período eles conheceram alguém de suma importância para o grupo João Clayton, cuja associação com os Metodistas deixou uma marca duradoura, pois era um jovem influente em Brasenose College onde também tinha uma sociedade, e trouxe diversos contatos a João Wesley, foi ele que apresentou Wesley ao programa de não jurados de Manchester, Clayton era filho de um livreiro, que ajudou muito João Wesley nos seus contatos com editores e patrocinadores influentes em Londres, que se tornaram importantes para o Metodismo, e contribuíam para o crescimento do Movimento.
A passagem de Clayton em Oxford foi de apenas seis meses, mas as marcas que ele deixou na mesma, foram para eternidade.
Com a saída de Clayton, João Wesley se concentrou mais em Oxford, deixou um pouco de lado as suas pregações nos presídios, pois tinha que tomar conta da organização e teologia que estava tomando a forma arminiana, pois já tinha um conjunto de regras que os novos metodistas tinham que se submeterem. Com Clayton na sociedade eles constantemente eram chamados de metodistas. Clayton já havia associado o nome com o próprio Wesley como vemos em carta dirigida em 1732: “Agora que você se foi, nós perdemos em grande parte o honorável apelido de metodistas”. (HEITZENRATER, 1996, p. 46).
A época da saída de Clayton do movimento foi uma época de provas para este grupo de jovens, chegou em Oxford a noticia da morte de William Morgan, e se espalhou um rumor de que o rigoroso estilo de vida metodista que o havia matado, pois nesta busca da santidade, eram feitos jejuns, e dedicação total a uma vida de sacrifícios.
João Wesley mostrou seu espírito de liderança e assumiu a responsabilidade do grupo, para defender os metodistas contra os ataques caluniadores, sua defesa foi feita de várias formas, mandando carta aos pais de Morgan, explicando sobre a origem e plano do movimento e a participação ativa de Morgan, e sermões na igreja de Santa Maria.
No começo de 1733 dois importantes jovens chegaram pra somar e ajudar o metodismo se defender de ataques: Benjamim Ingham e Jorge Whitefield. Com Benjamim Inghan no grupo eles abriram um grupo no Christ Church, pois esta era idéia de Clayton que todos os college tivessem grupo de Metodistas, no final de 1733 o numero de metodistas espalhados pelos college, passavam de quarenta jovens e adolescentes, todos comprometidos com o metodismo, não se importavam mais com os apelidos que lhes eram colocados, mas agora queriam se expandir cada vez mais.
Jones (1993, p.115) nos diz que “Jorge Whitefield, foi um dos maiores pregadores e nome do Metodismo em Oxford e em toda a Inglaterra”. Quando Whitefield chegou em Oxford, ouvia muito falar dos metodistas, pois já eram conhecidos de forma irônica, Whitefield os observava de longe, mas nunca tomou partido com aqueles que perdiam seu tempo ridicularizando-os. Foi apresentado aos irmãos Wesley, e aos poucos se familiarizando com o grupo, pois era de origem humilde e por isso tinha medo de uma aproximação com os Wesley que já eram conhecidos em Oxford, logo se tornou muito ativo e ganhou a confiança dos irmãos.
Whitefield era um jovem de visão ampla, pois tinha facilidade com a oratória e em pouco tempo já era considerado um dos maiores pregadores ingleses, foi ele que começou a pregar ao ar livre, convidando João Wesley para fazer parte deste tipo de pregação, foi sem duvida responsável pela manutenção e sucesso do Metodismo após a partida dos irmãos Wesley para a América, que confiaram a liderança do Metodismo a ele, foi ele o líder do movimento sindicalista dos operários ingleses, que surgiu indiretamente por suas pregações desafiadoras. Tinha facilidade para obras sociais e foi o responsável por continuarem com as mesmas após a saída de Clayton. Quando Wesley voltou da América ele foi continuar algo inacabado pelos irmãos Wesley e teve muito sucesso, e foi considerado o pai do Metodismo na América. Sem sombras de duvidas Whitefield, foi um dos mais ilustres homens que dedicou seu tempo no Metodismo.
O inicio em Oxford foi apenas à formação de uma liderança forte e visionaria que estava despertando naquele lugar para o mundo, o Metodismo só chegou a ser o que é hoje, devido ao inicio em Oxford, e o melhor de tudo é que os Metodistas ainda cultivam as raízes de Oxford.

















2- JOÃO WESLEY – SUA VIDA
João Wesley nasceu no dia dezessete de Junho de 1703, filho de pastor e irmão de dezoito[4]. Seu pai Samuel Wesley, era pastor missionário da igreja Anglicana[5] que residia na cidade de Epworth – Inglaterra.
Em sua ausência Samuel deixava como responsável pela educação religiosa de seus filhos sua mulher Suzana, que ensinava seus filhos e toda a vizinhança.
No dia nove de fevereiro de 1709, um incêndio provocado pela oposição à família Wesley, destruiu a casa pastoral em Epworth e quase matou João Wesley, que por um sopro divino acordou e saiu gritando na janela e foi salvo por uma escada humana. Por causa deste episódio Suzana deu uma grande atenção para João, pois julgava que Deus o tinha destinado para uma grande obra no mundo, e no mesmo dia do incêndio escreveu em seu diário:

Meu filho João. Que farei eu ao Senhor por todos os seus benefícios? Quero oferecer-me a mim mesma e tudo o que me tens dado; e faço votos (Oh! Dá-me graças para cumpri-los) que todos os dias da minha vida serão devotados ao teu serviço. Desejo especialmente para com a alma desse meu filho tão bondosamente tem me dado, ser mais cuidadosa do que tenho sido; que eu possa incutir na sua mente os princípios da verdadeira religião e da virtude. Ó, Senhor, dá-me graça para fazê-lo sincera e prudentemente. (LIPSKY, p.18-19).

2.1 – João Wesley – Vida Acadêmica
Com treze anos João Wesley partiu do lar para entrar na escola de Charterhouse em Londres, onde se distinguiu nos estudos clássicos. Terminado seus estudos no colégio foi premiado com uma bolsa na Universidade de Oxford, com apenas 16 anos iniciou os estudos na Universidade, onde se viu vocacionado ao ministério.[6]





Passou cinco anos na Universidade de Oxford. Com vinte e dois anos de idade, por sugestão de seu pai foi ordenado presbítero na Igreja Anglicana,após a sua ordenação voltou para auxiliar seu pai, ficando em Epworth mais ou menos um ano. Logo após este período voltou para Oxford, para trabalhar como professor. Alguns meses, mais tarde encontrou seu irmão Carlos Wesley e resolveu fazer parte do mesmo grupo, que se reunia em uma sala na Universidade para adorar a Deus e aprender mais sobre a Bíblia, e por causa deste ato, receberam alguns nomes: “Clube dos Santos”, “Traças da Bíblia” e “Metodistas”, porque se reuniam sempre no mesmo horário e lugar todos os dias, e sempre o mesmo grupo.
Em uma das reuniões do Clube dos Santos, João Wesley conheceu Jorge Whitefield que de início, assistia as reuniões de longe, mas com o passar do tempo foi ganhando a amizade de todos e decidiu fazer parte do grupo.
Nesta mesma época seu pai Samuel, estava muito doente, e os Wesley decidiram voltar para Epworth, confiando a Whitefield o Clube dos Santos. Quando chegaram em sua terra natal se depararam com o seu pai muito enfermo.
Antes de morrer seu pai deixou uma frase que marcou o movimento Metodista: “A fé cristã há de revivificar neste reino. Eu já não estarei aqui, mas você o verá”. (LELIÈVRE, 1997, p. 48).

2.2 – João Wesley – A Decepção Missionária
Com a morte de seu pai, João Wesley tentou dar continuidade ao trabalho de seu pai na igreja de Epworth e entrou com o pedido para ser pastor da igreja, mas foi contrariado pelo bispo que cedeu o lugar a outro, nesta época João Wesley estava sendo questionado pelos anglicanos sobre sua doutrina e também por causa do Clube dos Santos.
Depois dessa decepção decidiu ir para Nova Inglaterra[7], levar o Evangelho aos índios que ali residiam. João e seu irmão Carlos declararam: “O motivo que tivemos em vista não foi escapar à necessidade, nem ganhar riqueza ou honra, mas simplesmente salvar as nossas almas, viver inteiramente para a glória de Deus”. (WESLEY, Vol. I p. 15). A viagem foi um pouco conturbada, pois uma grande tempestade pôs o navio que os irmãos Wesley haviam embarcado em perigo, João Wesley ficou muito assustado porque pensava que todos iriam morrer e ele não se achava preparado para morrer, porém os morávios que se encontravam no mesmo navio não mostraram medo, antes ficaram calmos e cantavam hinos no meio daquela grande tempestade, o que fez João Wesley ficar impressionado. Querendo saber o motivo porque não estavam assustados, disseram a ele que não tinham medo de morrer, e quando chegou a América, Wesley conversou com Spangenberg[8], e ficou muito impressionado com a sabedoria espiritual com que ele falou. Este contato com os morávios foi o começo de sua experiência em Aldersgate Street em Londres mais tarde[9] .
João Wesley não teve sucesso na colônia de Geórgia, e sim uma decepção amorosa, pois ficou gostando de uma jovem bonita e inteligente que se chamava Sofia Hopkey, a jovem correspondia seu amor, mas João Wesley hesitando de pedi-la em casamento por causa de seus trabalhos pastorais com os colonos, fazendo com que a jovem se interessasse por outro homem cujo nome era Williamson. A linda moça se casou deixando Wesley muito triste, e com isso sua relação com ela foi cortada, o que trouxe conseqüências para sua vida pastoral e a oposição dos colonos, que o obrigou a voltar para Inglaterra.
Em sua volta para Inglaterra, a bordo do navio Wesley registrou a seguinte frase em seu diário:

Faz agora dois anos e quatro meses que deixei minha terra a fim de ensinar aos índios da Geórgia a natureza do cristianismo, mas que tenho eu aprendido durante este tempo? – Aprendi o que eu mesmo esperava – que eu, que fui a América para converter os outros, eu mesmo não era convertido a Deus. Isso então tenho aprendido dos confins da terra, que eu tenho estado destituído da Glória de Deus, que meu coração está completamente corrompido e conseqüentemente minha vida toda, que alienado estou da vida de Deus, sou filho da ira, herdeiro do inferno. (WESLEY – jornal, Vol. I, p. 75-76).





2.3 – João Wesley – Sua Conversão
Quando desembarcou em Londres de sua viagem missionária, João Wesley visitou Oxford em companhia de Pedro Bohler[10] um moraviano de coração aquecido, que pregou a João Wesley sobre a fé viva e salvadora, que de inicio foi difícil de aceitar tal pregação, pois ele confiava na sua própria justiça e nas boas obras que executava. No dia 24 de maio de 1738, no salão de culto na rua Aldersgate – Londres, ele se converteu, e assim ele descreve sua experiência:

De tarde fui com pouca vontade, para assistir uma reunião na rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero sobre a carta aos Romanos. Cerca de oito e quarenta e cinco, quando ele descrevia a mudança que Deus opera no coração mediante a fé em Cristo, senti meu coração maravilhosamente aquecer-se. Eu senti que eu realmente confiava em Cristo, somente em Cristo, para salvação, foi me dada uma segurança de que Cristo tinha perdoado meus pecados, sim os meus e que eu estava salvo da lei e da morte. (WESLEY, Vol. I p. 102).

2.4 – João Wesley – Momentos Difíceis
Após sua nova experiência com Deus o seu evangelho foi ganhando espaço em Londres e na mesma época, o clero anglicano cerrou as portas para ele, que nunca quis sair da igreja Anglicana, mas não tinha púlpito para pregar, resolveu estruturar sociedades metodistas, e suas mensagens ao ar livre começaram a ter grande êxito. Assim o Metodismo começou a crescer chegando ao auge, muitas pessoas se achegavam e comunidades eram estruturadas, e Wesley ágio confiou as comunidades Metodistas a leigos que já eram lideres de comunidades e pregavam como grandes teólogos, Wesley foi contrariado por muitos[11], por causa da sua decisão, mas era muito seguro de si. Nesta mesma ocasião João Wesley se separou dos morávios após uma viagem de três meses para Alemanha onde visitou algumas comunidades moravias, e também de seu grande amigo Jorge Whitefield por problemas doutrinários.[12]
Com todos estes problemas João Wesley resolveu ir para Epworth sua cidade natal e pediu para pregar na sua igreja do coração, onde seu pai havia sido pastor, e foi surpreendido com um NÃO, João Wesley com toda a fúria foi para o cemitério e uma multidão o seguiu, chegando no cemitério subiu no túmulo de seu pai Samuel e ali começou a pregar e naquele dia muitos dos que ali estavam se converteram.[13]
Sua mãe neste período faleceu e João Wesley ficou muito tempo triste sem vigor para pregar, pois tinha perdido sua conselheira e amiga. Quando recuperou o vigor, voltou para Londres e dedicou sua vida integralmente as sociedades metodistas que já estavam bem estruturadas, algumas com escolas e orfanatos, a sua maior preocupação era com os ministros leigos, que não progrediam em suas pregações, por falta de estudo teológico, também se preocupava muito com missões e o próprio Wesley decidiu ir para Irlanda onde enfrentou uma grande resistência para o Evangelho e sem sucesso foi para Escócia onde foi bem sucedido em tudo.
Em 1748 ao voltar de suas viagens missionárias, João Wesley se apaixonou e estava planejando se casar com Grace Murray, mas por intervenção de seu irmão Carlos Wesley em parceria com João Bennet que era um dos seus ministros leigos, Grace decidiu se casar com Bennet. Deixando João Wesley furioso e sentindo-se traído.
Seu irmão Carlos e outros amigos para acalmá-lo, apresentaram a Senhora Vazeille, viúva, mãe de quatro filhos, ela despertou uma grande paixão em João Wesley, que confiou no seu irmão e amigos. João Wesley empolgado e confiante resolveu marcar seu casamento com Vazeille quinze dias após ter sido apresentado a mesma, pois ela era muito atraente.
João Wesley finalmente se casou, mas muitos problemas surgiram em seu casamento que durou vinte anos, pois Vazeille era muito ciumenta e discutia com João Wesley por causa de suas longas viagens, e desconfiava que ele tinha amantes nos pontos de pregação. João Wesley lutou vinte anos contra o ciúme de sua esposa, que após este período de vinte anos resolveu abandoná-lo. Vemos mais uma luta na vida de João Wesley, que não desistiu de pregar e levar o Metodismo ao mundo e engrandecer o nome de Deus, ele envelhecia muito rápido, mas não desistia de pregar, chegava a pregar três vezes ao dia. Em 1788, perdeu seu irmão e amigo Carlos Wesley, que fora para ele um grande companheiro em todos os momentos de sua vida, leal ao trabalho ministerial. E cada ano que se passava João Wesley presenciava uma morte, que o fazia refletir sobre sua própria hora de partir, que se deu numa terça-feira, dia dois de março de 1791, aos 87 anos de idade.

2.5– Arminianismo
João Wesley optou pela linha arminiana, criada por Jakobs Hermanns, ou Hermansen, mas ele preferiu latinizá-lo para Arminius, como gostava de ser chamado.[14] Nasceu na pequena cidade de Oudewater, no sul da Holanda, no dia 10 de outubro de 1560. Com vinte e oito anos se tornou pastor da igreja de Amsterdã. Este homem não concordando com a liberdade de seu país e não satisfeito com a doutrina da predestinação que dava base a essa liberdade, e caminhando por uma nova visão, fundou a escola dos anticalvinistas, que mais tarde levou seu nome Arminianismo. Arminio sustentava a soberania de Deus sem cair no legalismo.
Ele ao analisar as Escrituras, concluiu que a exaltação do Criador exigia a liberdade do homem, sendo assim o homem era responsável pelos seus atos. Pois o homem era livre para tal, inclusive para pecar e pecando merecedor do castigo de sua má escolha. Arminio morreu no dia 19 de outubro de 1609, com apenas 49 anos, deixando vários adeptos que levaram adiante seu pensamento.
Nos países baixos, o arminianismo não teve muito sucesso, pois o calvinismo era muito forte nestes.
Na Inglaterra o arminianismo foi introduzido de forma maravilhosa e foi ganhando muitos adeptos. E a igreja Anglicana aderiu por um bom tempo o luteranismo após a ascensão de Eduardo VI, e por fim ao calvinismo, mas com o povo aderindo às idéias arminianas, a igreja oficial se tornou de maneira informal arminiana em suas concepções, pois os seus trinta e nove artigos de religião continuavam sendo o padrão doutrinário calvinista, mas sua interpretação era arminiana.
Segundo Theodore Runyon (2002, p.259) “João Wesley era ecumênico, pois emergiu do século XVIII como um personagem surpreendentemente ecumênico, ele não descendia apenas de uma igreja e uma tradição, mas foi influenciado, por mais ou menos cinco heranças, que combinaram de maneiras criativas em vários aspectos. Tais heranças foram o puritanismo, anglicanismo, o pietismo morávio-luterano, o catolicismo romano e a ortodoxia oriental". E algumas dessas heranças também tendiam para o arminianismo como: o puritanismo e o pietismo morávio-luterano, e isso trouxe grande influência para Wesley firmar-se como arminiano e defensor desta doutrina.
Os pais de Wesley foram criados em lares puritanos, e seus avós e bisavós de ambos os lados eram puritanos zelosos. Suzana Wesley foi criada dentro de um seminário puritano que foi fundado por seu avô Samuel Annesley, que muito interessado na criação da neta, ensinava grego e teologia, e aos treze anos ela decidiu fazer parte da membresia da igreja oficial para desgosto do seu avô. Suzana casou-se com Samuel que como ela havia desertado do puritanismo em Oxford e mudado para a igreja Anglicana. Samuel e sua esposa consideravam ser a expiação imprescindível à salvação e de âmbito universal, e faziam depender do homem sua apropriação, cujo, meio para alcançar era a fé e as obras, ambas não podiam subsistir separadas, para eles eram meios concomitantes para a salvação.
João Wesley nasceu na igreja Anglicana, mas seus pais nunca se esqueceram da essência puritana, os autores puritanos eram lidos freqüentemente nas devocionais familiar.
Algum tempo mais tarde foram muito influenciados pelas obras do Bispo Jorge Bull[15]. Suas obras eram arminiana, e dizia: “Não basta que Deus queira e possa salvar, é preciso que o pecador queira ser salvo”. (SALVADOR, 1989, p. 62).
João Wesley quando saiu de casa para estudar em Charterhouse levou consigo os ensinamentos que adquirira em sua infância com as devocionais diárias, essas devocionais eram muito importantes para sua mãe Suzana que com zelo e rigidez, pode demonstrar a fé cristã para seus filhos. João Wesley mais tarde ingressou na tão magnífica Oxford, para orgulho de seu pai Samuel, e mesmo no centro intelectual de sua época não deixou de praticar os ensinamentos de infância.
Em 1725 em Oxford, João Wesley começou a ler as obras de Jeremias Taylor[16], que o influenciou muito e deu uma idéia básica sobre arminianismo.
Após fazer a leitura de Jeremias Taylor, mandou carta a sua mãe Suzana dizendo:
Se estivesse decretado infalivelmente desde a eternidade que certa parte da humanidade se salvaria e ninguém mais, e uma grande maioria nascesse para a morte eterna, sem mesmo a possibilidade de evitá-la, estaria isto de acordo com a justiça divina, ou a misericórdia? Será misericórdia a uma criatura a miséria eterna? Que Deus fosse o autor do pecado e da injustiça... É uma contradição das idéias mais claras que temos da natureza e perfeição divina. (JOY, 1996, p.38).

João Wesley a partir das leituras de Taylor procurava se santificar e fazia leituras constantes da Bíblia e jejuns periódicos para obter a inteira santificação, entendendo que com tal esforço estaria mais próximo da salvação de sua alma.
O esforço pessoal de João Wesley para o viver santo quase o levou a reclusão, e podemos perceber que dez anos mais tarde, isso ainda era intenso em sua vida ao fazer sua declaração antes de ir para a América: “Meu principal objetivo, nisso, é a esperança de salvar minha própria alma”. (SALVADOR, 1989, p.71).
Salvador traz como marco do arminianismo na vida de Wesley, “sua experiência na Aldersgate Street em 24 de maio de 1738”, pois a partir desta data as idéias arminianas se tornaram mais intensas e a busca para o viver santo mais ardente dentro de João Wesley.

Para ele a graça é livre em tudo e livre para todos, podemos dizer que é distribuída gratuitamente por Deus a cada pessoa. Não depende de méritos humanos e nem se particulariza somente a uns tantos, a salvação, por conseguinte é de alcance universal, porque a graça foi posta a disposição de todas as pessoas. Deus seria incapaz de decretar a salvação de uns e a condenação de outros, porque isso é contrario de sua natureza e a natureza do homem. (SALVADOR, 1989, p. 74).

João Wesley só foi ter um contato com os escritos de Arminio, após 1770, ano da segunda controvérsia predestinista, pois é a partir desta data que aprece referencia do teólogo holandês na literatura Metodista. João Wesley em 1778 mudou o nome da Revista Wesleyana para Revista Arminiana, e dirigiu muitos de seus Sermões com o tema Arminianismo. Para Spencer (1992, p.7) "a teologia arminiana se tornou popular através de João Wesley".
A teologia Arminiana defende a Vontade Livre: Arminio acreditava que a queda do homem não foi total, e sustentou que, no homem, restou bem suficientemente capaz de habilitá-lo a querer aceitar Cristo como Salvador.
O arminianismo após a morte de seu fundador foi defendida com muito fervor, e os desbravadores a dividiram em cinco pontos a saber:
1- A vontade do homem é livre para escolher, a palavra de Deus ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.
2- Arminio também ensinava que a eleição é condicional e estava baseado no pré-conhecimento de Deus em relação aquele que deve crer.
3- A morte de Cristo oferece a Deus base para salvar a todos os homens, e não somente um em particular.
4- Contudo, cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo, ainda que o arminiano creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade de Deus, em salvar a todos os homens, pode ser frustrada pela finita vontade do homem como individuo, pois só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo.
5- Mesmo depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se dos seus pecados, pode ser salva de novo. Tudo depende de sua continua volição positiva até a morte.
Consideração de João Wesley quanto ao Arminianismo:

Embora não tenha poder absoluto sobre a minha própria mente por causa da corrupção da minha natureza, contudo, através da graça de Deus que me assiste, tenho o poder de escolher e de fazer o bem e o mal. Sou livre para escolher a quem servir, e se eu escolher a melhor parte, continuarei nela até a morte”. (WESLEY apud CHILES, 1996, p. 136).



João Wesley desde sua mocidade cultivava a doutrina do Livre Arbítrio, e percebe-se que após sua conversão foi mais intensa esta doutrina em seu ser. E foi tomar uma forma como doutrina oficial após 1770, quando Wesley alterou o nome de seu jornal.




























3- JORGE WHITEFIELD – SUA VIDA
Jorge Whitefield nasceu em 16 de Dezembro de 1714, na estalagem Bell Inn, na cidade de Glaucester, na Inglaterra.
Seu bisavô era um vigário na igreja Anglicana, e seu pai era um hoteleiro e sua mãe tinha que ajudar a manter a família trabalhando na estalagem, ele tinha mais cinco irmãos.
Quando completou doze anos de idade, foi para Escola de Santa Maria de Crypto, onde rapidamente revelou um dom para oratória e para o drama.
Jorge Whitefield não nasceu num lar rico e teve que sair da escola para trabalhar e ajudar em casa, e foi trabalhar na estalagem de seu pai como copeiro, prestava serviço aos hóspedes, servindo a mesa, varrendo os quartos e lavando o assoalho.

3.1 – Jorge Whitefield – Vida Acadêmica
Com dezesseis anos de idade, com um desejo ardente de completar os estudos, entrou de novo para a escola em Glaucester, a fim de preparar-se para ingressar na Faculdade de Oxford. Para realizar seu ideal aceitou um lugar em Pembroke College, na cidade de Oxford, como servente. Tinha que prestar serviço no colégio, servindo a mesa e varrendo os quartos, para suprir o que faltava no custeio de suas despesas na escola. Por três anos, desde 1733-1736, ele fez esse serviço até completar o curso na Universidade.
Em 1732 com 18 anos, Whitefield se encontrou com o Clube dos Santos, porém não se identificou com eles, observava-os de longe. Mas sempre com muito respeito e não tomava parte com os rapazes de Oxford que os criticavam e os ridicularizavam.
Como era um rapaz pobre e servidor, e não da alta da camada inglesa, não conseguiu conhecer João e Carlos assim que ingressou em Oxford. Um dia foi apresentado a Carlos Wesley que o convidou para assistir as reuniões do Clube dos Santos, de bom grado aceitou e logo se tornou um dos membros mais ativos e zelosos. Algum tempo depois os irmãos Wesley foram para Epworth e mais tarde para a América, pois queriam que Whitefield continuasse na Universidade por mais tempo para ajudar nos trabalhos do Clube dos Santos, mas Whitefield não estava muito bem de saúde, e teve que deixar muito cedo a Universidade e voltar para Glaucester onde podia se tratar na casa de seus pais.

3.2 – Jorge Whitefield – Sua Conversão
Em meados de 1735 seu coração entrou na paz com Deus e suas maiores dúvidas se dissiparam, deixando sua alma cheia de luz. Assim descreve sua experiência de conversão:

Fui libertado do fardo que pesava sobre mim, e eu cheguei a conhecer o que era regozijar-me em Deus, meu Salvador, e por muito tempo não pude deixar de cantar hinos e salmos onde estivesse, porém o meu gozo gradualmente se acalmou e graças a Deus, tem ficado comigo e tem aumentado na minha alma desde aquele dia, quase sem interrupção. Eu me lembro do lugar, pode ser um pouco de superstição, porém, quando vou para Oxford, não posso deixar de visitar este lugar onde Jesus se manifestou a mim e me deu um novo nascimento. (BUYERS, 1929, p. 89).

O bispo de Glaucester ficou impressionado com os dons que possuía e quis ordená-lo diácono da igreja Anglicana, e Whitefield consentiu nisso e logo começou a se preparar para sua ordenação.
Voltando para Oxford, após a recuperação de sua saúde, e dedicou-se ao Metodismo, pregando aos presos e na direção das escolas. Whitefield se destacou perante os universitários recebeu um convite para ser pastor provisório em Londres, ele aceitou o convite.

3.3 – Jorge Whitefield – Missionário dos Colonos
Neste período os irmãos Wesley estavam na América e em uma de suas cartas, na qual havia recebido de João Wesley, havia um convite para ser missionário na América.
Whitefield como sempre amigo dos Wesley aceitou e no mesmo dia que João Wesley desembarcou em terra inglesa, Whitefield embarcava para a América, seu navio chegou na América em sete de maio de 1738 em Savana na Geórgia.
Seu trabalho foi com os colonos, e vendo que se identificava com os trabalhos sociais, deu um grande auxílio aos órfãos, contagiado por um grande amor para com essas crianças resolveu fundar um orfanato. Em prol deste orfanato ele viajou entre a América e Inglaterra, ele atravessou o atlântico treze vezes, e visitou muitos paises como: a Escócia, a Irlanda.
Foi a Inglaterra para arrecadar doações para o orfanato, e chegando em Londres encontrou os púlpitos fechados para sua pregação, e isso não era bom porque, onde ele iria arrecadar dinheiro para o orfanato? - Seu pensamento foi muito além, pois Whitefield havia deixado na Inglaterra muitos simpatizantes de sua pregação, que o fez ir pregar ao ar livre, onde um grande número de pessoas podia ouvi-lo. Isso trouxe ao pioneiro das pregações ao ar livre, grandes conseqüências. Disse ele certa vez: “Graças a Deus, o gelo esta se quebrando e eu tenho ido aos campos para pregar. Os púlpitos me são negados e os pobres mineiros estão a perecer por falta de esclarecimentos”. (BUYERS, 1929, p. 106).
Neste período difícil para Whitefield ele chamou Wesley para ajudá-lo, em suas pregações ao ar livre, pois sabia que os púlpitos haviam sido fechados para João Wesley também. Quando Whitefield voltou para América, deixou Wesley responsável pelas pregações ao ar livre, e foi desafiado a adotar o mesmo método na América, percorrendo inúmeros lugares e ganhando muitos adeptos e admiradores de sua pregação, arrecadando muitas libras para a construção do orfanato, que se concretizou em Dezembro de 1740, e o nome dado foi Betesda.[17]
Na América, começou as controvérsias entre João Wesley e Whitefield, pois Whitefield publicou algo contra os irmãos Wesley e sua doutrina arminiana. Alguns maldosos da época publicaram e entregaram na porta da capela de Wesley, que pegou uma cópia, e antes de pregar explicou ao público tudo o que estava acontecendo entre os dois e ao término a rasgou e todos fizeram o mesmo.
Em janeiro de 1741 Whitefield voltou para Inglaterra, e tentou reconciliar-se, e encontramos em seu diário:

Queira Deus remover todos os obstáculos que atrapalham a nossa união, que desapareçam todas as discussões, que cada um de nós não fale nada senão em Jesus e este crucificado... Esta é a minha resolução. Estou sem dissimulação. Eu reconheço que te amo tanto agora como sempre e oro a Deus para que se for da sua vontade, sejamos todos unidos em um. (BUYERS, 1929, p.107).

Fizeram as pazes e nunca mais trabalharam juntos, mas a amizade durou até o final de sua vida, percebe-se ao ler o seu testamento: “Deixo um anel para os meus honrados colaboradores, os Srs. João e Carlos Wesley, em lembrança da inquebrantável união com eles no coração e amor cristão, apesar de nossas diferenças em juízo acerca de alguns pontos doutrinários e especiais”. (BUYERS, 1929, p.108).
Jorge Whitefield fez sua última viagem para América em 1769, cansado e doente, sob cuidados médicos, na América realizou muitas conferências. Muito doente e não conseguindo lutar pela vida, morreu em Newburyport no mesmo ano.

3.4 - Calvinismo
Lloyd Jones (1993, p.113) em sua pregação comemorativa pelo 400º aniversario da morte de João Calvino, fez uma comparação entre João Calvino e Jorge Whitefield. Nesta comparação, ele fala sobre “João Calvino como um grande revolucionário e pregador, e Jorge Whitefield como um fiel seguidor de sua doutrina”.
João Calvino nasceu no dia 10 de julho de 1509, filho de Gerard Calvin um advogado da igreja e secretário do bispo, que se casara com Jeanne lê Franc, filha de um rico hoteleiro aposentado.
Calvino perdera sua mãe com três anos de idade, com doze se tornou capelão graças a seu pai que o incentivara, e com isso conseguiu dinheiro para os estudos. Com quatorze anos foi para o college de la Marche, em Paris, onde se dedicou ao domínio de todas as suas matérias: os clássicos de latinos, a lógica, os escritos dos teólogos da igreja como Agostinho e Tomas de Aquino. Com dezoito anos de idade quando concluiu o curso e recebeu o grau de mestre. Também estudou direito, e se tornou catedrático nas línguas bíblicas, nesse período se tornou adepto a Teologia de Agostinho sobre a predestinação a qual mais tarde ganhou um novo nome: Calvinismo. Ele faleceu no dia 27 de maio de 1564, rodeado de amigos, que após sua morte levaram sua doutrina adiante.
Ao longo dos anos o Calvinismo tem perdido suas forças para o Arminianismo que tem crescido assustadoramente em todo o mundo.
A teologia da Reforma era Calvinista, a Europa era calvinista, a igreja Anglicana em seus artigos eram calvinistas. Jorge Whitefield ao fazer parte do metodismo que era um grupo da igreja anglicana, simplesmente permaneceu com a teologia da igreja oficial.
Por optar pelo Calvinismo, que penetrou em seu coração com intensidade, teve uma briga com João Wesley que era arminiano e seu nome não era mais cogitado nas sociedades metodista e isso custou para ele muito caro, porque muitos metodistas já não valorizavam o calvinismo.
Jones (1993, p.118) narrou em seu livro,[18] “que Jorge Whitefield é apenas um figurante na história do Metodismo, porque nunca estabeleceu uma denominação, e seu arrependimento por isso fez com que dissesse certa vez: João Wesley foi mais sábio do que eu”.
Jorge Whitefield cria que teria mais espaço na historia se houvesse estabelecido uma sociedade, assim seu pensamento seria cultivado e seu nome lembrado por muitos, a Europa quase toda em sua forma de crer era calvinista, mas com o movimento arminiano, o calvinismo teve que formular uma reação que resultou nos cinco pontos do Calvinismo como se observa abaixo:
1- O Calvinismo responde que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente, dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem antes que este possa crer em Cristo.
2- Os calvinistas sustentam que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginaria inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador a parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto.
3- Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a justiça de Deus, quando forem lançados ao inferno.
4- Para os calvinistas a graça de Deus não pode ser obstruída, pois sua graça é irresistível.
5- A salvação é obra realizada inteiramente pelo Senhor, o homem nada tem a fazer, para ser salvo.
A teologia de Whitefield abalou as estruturas Metodistas, pois Wesley não aceitava que os Metodistas fossem influenciados com o calvinismo estremado de Whitefield, porque divergia de forma espantosa com o arminianismo que ele e seu irmão Carlos, eram adeptos. E com isso o Metodismo teve uma divisão na qual deve-se salientar. Uma divisão totalmente doutrinaria, de um lado os irmãos Wesley arminianos e de outro Jorge Whitefield calvinista.
A corrente calvinista foi praticamente apagada do Metodismo, fazendo de Whitefield, um vilão da história Metodista.

















CONCLUSÃO

Ao final desta obra conclui-se que o Metodismo foi um grande avivamento no século XVIII e na História da Igreja.
O seu inicio foi marcante em Oxford, mostrando como jovens mudaram a História de um país e do mundo eclesiástico, através de pensamentos revolucionários para o século XVIII. Apresenta Carlos Wesley como protagonista do Movimento Metodista, como sua coragem para ser diferente dos outros jovens, mudou seu século, tratando de questões primordiais para igreja atual, como: Missão Integral da Igreja (ação social e pregação do Evangelho).
Os rumos que o Metodismo foi tomando em sua época, e como as pessoas eram importantes para o Movimento, percebe-se em suas doutrinas que veio reger todo o pensamento Metodista em sua época e nos dias atuais.
Observa-se que o Metodismo hoje é Arminiano, devido a herança wesleyana, mas o Metodismo teve duas doutrinas no seu inicio: Arminianismo e Calvinismo, doutrinas que fizeram parte do Metodismo no século XVIII. Por isso é apresentado detalhadamente como Arminianismo predominou no meio Metodista no século XVIII.
Com isso o Calvinismo de Jorge Whitefield se tornou um vilão do Metodismo, e foi apagado de vez de sua história, fazendo de João Wesley o maior nome do Metodismo no mundo e deixando Jorge Whitefield (o maior pregador da Inglaterra no século XVIII) esquecido na História do Metodismo.
Que esse trabalho possa apresentar a veracidade histórica do Metodismo no século XVIII e no seu contexto atual, e que todos os leitores possam entender que o Metodismo que hoje denominamos Arminiano teve uma corrente Calvinista que foi pregada com astúcia e valentia por Jorge Whitefield.






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[1] Onde viveu até ingressar na Universidade
[2] Homem solteiro, membro da corporação de um college – com diversas responsabilidades, incluindo ou não o lecionar, eventuais pregações, etc.
[3] Morgan era irlandês, e seu coração amava ajudar o próximo.
[4] Dos seus dezoito irmãos, nove faleceram na infância.
[5] Igreja oficial da Inglaterra
[6] Nesta época na universidade ele foi nomeado catedrático, titulo que poucos tinham a honra de ganhar.
[7] Hoje Estados Unidos da América, na época era colônia da Inglaterra.
[8] Líder dos morávios
[9] Aldersgate Street – local da conversão de Wesley
[10] Um dos responsáveis pela conversão de seu irmão Carlos Wesley, dias antes.
[11] Inclusive por seu irmão Carlos Wesley, achava que esta atitude era um Adeus para igreja Anglicana.
[12] João Wesley era Arminiano e Jorge Whitefield Calvinista
[13] O cemitério ficava ao lado da igreja e era propriedade da igreja, para enterrar seus líderes e membros.
[14] Jakobs corresponde em português a Jacó, ou Tiago.
[15] Jorge Bull – bispo da igreja Anglicana, séc. XVIII – Obra principal Harmonia Apostólica.
[16] Jeremias Taylor – Fazia parte do grupo que foi chamado de Arminianos de Cambridge, por ser contra o Calvinismo rígido, fazia parte do latitudinarianos: protestantes mais ortodoxos - livro: Regras e Exercícios para a Vida Cristã.
[17] Whitefield ficou sendo considerado em sua época um dos maiores oradores e está na lista de um dos maiores oradores ingleses.
[18] Os Puritanos: Suas origens e seus sucessores

sábado, 5 de setembro de 2009

TRABALHOS DO CONCURSO LITERÁRIO - HISTÓRIA DO BAIRRO DE SANTOS DUMONT - GUARULHOS/SP

A ideia do Concurso Literário sobre a história do bairro de Santos Dumont surgiu quando cheguei no ponto de pregação que está localizado neste bairro, que ganhou este nome por causa do grande inventor e aviador Santos Dumont, é um bairro que está localizado nas proximidades do aeroporto internacional de Cumbica.
Quero situá-los sobre todas as igrejas evangélicas que encontro no meu percurso de fim de semana: METODISTA LIVRE, PRESBITERIANA, BATISTA, BATISTA RENOVADA, ASSEMBLÉIA DE DEUS - BELÉM, MADUREIRA, BRÁS, NOVA DIMENSÃO, MINISTÉRIO DE GUARULHOS, O BRASIL PARA CRISTO, RENASCER, CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, ETC.

Abaixo segue os dois trabalhos que me entregaram, na minha opinião ficaram ambos bons, a vencedora com menos erros de português foi a Rayana, seguida pelo trabalho do Lucas, são adolescentes da igreja, que foram atrás de livros e relatos sobre a história do bairro.

BOA LEITURA!

Rayana Rangel dos Santos

Fazenda Bananal: O inicio de tudo.

O parque Santos Dumont nasceu na década de 50, com a influencia da fazenda e expediu-se com loteamento pela prefeitura aproximadamente em 1957.
A fazenda bananal de propriedade de Cândida Rodrigues Barbosa, conhecida como Candinha, era dona de escravos.
E o surgimento do bairro começou com loteamento e as construções das casas de madeira (da fazenda bananal só restou a área que está o casarão. Os herdeiros desleiraxam tudo).
Em meio ao abandono do local, há um pequeno lago, uma extensa área verde e uma bica de água pura e limpida.


Folha metropolitana (folha bairro)
Sábado 10 de março de 2001.

O casarão, aparentemente vazia, trouxe vida aos primeiros sons de latidos dos cachorros que vieram ao encontro da equipe da folha do bairro. Um pouco assustado, apareceu um dos filhos de Cândida, Brás de Almeida Barbosa, que tinha 70 anos. Isolado, solitário e desconfiado, Barbosa não demonstrou simpatia e se limitou a responder o que lhe foi perguntado.
Há alguns anos, o abandono fez do local esconderijo de traficantes e marginais. Sentindo-se ameaçado em perder o único patrimônio que restou da família, Barbosa não permitiu a entrada da reportagem em sua casa. “Os marginais destruíram tudo aqui, agora não deixo mais ninguém entrar”, justificou.
O filho de Cândida vive sozinho. A água é da bica e a luz do lampião. A maior parte de sua alimentação é retirada da natureza, onde ele planta frutas e legumes. “As vezes eu vou para a cidade”, revelou, apontando para o fusca azul guardado na garagem.
Mesmo por fora, foi possível medir o tamanho do valor histórico que tem o lugar. A casa com estrutura de madeira maciça, construída pelos escravos, nem mesmo os cupins conseguiram roer. A tina de água dos escrava continua no mesmo lugar.
Segundo Ranali, a repórter, a parte de baixo do casarão era a sensala dos negros. Lá, foi possível observar através de um portão trancado à cadeado, e a existência de alguns objetos antigos, mas que, por conta da escuridão, não puderam ser identificados. Um lugar místico que retrata a paz com um ar que impõe medo.
O historiador assegurou que a fazenda do Bananal é uma área preservada pelo patrimônio municipal e, para que não desapareça, a prefeitura não deixará o local ser descartado.




Depoimento do sr. Nelson de Souza Gomes.
Morador desde 1969, mas comprou seu primeiro lote em 1961, pela imobiliária Ingaí que provavelmente deu nome do bairro.
Ele fala que quando veio morar aqui no Santos Dumont em 1969, tudo era apenas mato. Havendo apenas a casa da Cândida, o Recanto dos avós, que já tem 42 anos de existência, e tinha a casa da dona Zafira em 1964, a casa do seu Januário, já falecido.
A casa do sr. Nelson era de alvenaria, enquanto as outras eram de madeira. Ele relata a casa de sr. João Damasceno do sr. Sebastião.
Na entrada do bairro era uma porteira de madeira igual de uma fazenda, e para as pessoas entrarem tinha que abrir o imenso portão.
Ele também disse que conhecia os filhos da Candinha em 1964, e que uma das filhas morreu enforcada e que um filho advogado morreu de tanto tomar álcool.
Não tinha nenhuma igreja e vindo a igreja católica primeiro em 1975 (hoje tendo 33 anos). E que na época onde foi construído a igreja era para ser uma praça, e quem consegui trazer esta igreja foi o sr. João Damasceno.
E a fazenda da Candinha foi hipotecado pelo banco, e a Ingaí tomou conta. E que os donos da casa ração (Fazenda Bananal) são bisnetos de Candinha.



Depoimento do sr. João Damasceno Morador da Rua Lagoa Nova

O sr. João relata que lutou dia e noite e enfrentou sozinho até mesmo processo para melhoria do bairro. E se considera o fundador do bairro Pq. Santos Dumont.
Ele fala também que a fazenda da Candinha abrangia a região do São João toda, Serôdio, Haroldo Veloso, etc.
Em 1973 começou a vir os melhoramentos do bairro chegando primeiro a água, junto com o primeiro prefeito de Guarulhos: Valdomiro Pompeo, e o primeiro vereador Eulizio de Oliveira Neves (conhecido como Alan). Foi esse vereador que ajudou a conseguir este melhoramento para o bairro. Os melhoramentos não pararam por aí, em setembro de 1975, veio a empresa de ônibus Gato Preto. Lutou para que viesse uma diocese, sendo que a mais próxima era a do Bonsucesso, e começou a ser construída em 1975.
Em 1976 uma escola isolada no Chico Santiago, depois em 1978 a escola estadual Mauricio Nazar e a rede de luz que veio na época do prefeito De Carlos.










CONCURSO LITERÁRIO – HISTÓRIA DO MEU BAIRRO.

SANTOS DUMONT – GUARULHOS

Nome: Lucas Alves Durães
Tel: 8906-6262
e-mail: lucasalvesduraes@hotmail.com
Rua Campo Redondo, 21 – Santos Dumont – Guarulhos/SP – cep: 07152-210

Há registros de que a área onde se encontra o bairro Santos Dumont seria uma fazenda de café, cuja sede se encontrava na conhecida “casa da Candinha”. Esta casa ainda hoje se mantém intacta e foi nomeada como patrimônio histórico guarulhense, nela ainda há objetos antigos utilizados na época da escravidão, onde houve descentralização da mão de obra, escravos e senhores foram vendendo suas partes de terra da grande fazenda que era especificamente o bairro Santos Dumont na época, nisso aos poucos foram vendendo lotes e desfazendo desse patrimônio que depois de alguns anos se formou um bairro o qual residimos, hoje especificamente o bairro Santos Dumont, que antigamente era uma fazenda de café.
O senhor Nelson Furtado de Mendonça, morador do bairro a quase quarenta anos, desde 1970, com 61 anos, trabalha como produtor rural, plantando chuchu. A chácara onde ele é proprietário, antigamente fazia parte da casa da Candinha, importante local histórico guarulhense.
A casa da Candinha trata-se da casa da família de d. Maria Cândida Barbosa. O casarão está localizado na fazenda Bananal, atual Santos Dumont. Compõe o cenário do ciclo de ouro de Guarulhos, situado nas proximidades do campo do ouro, mesmo não sendo construído em Taipa de pilão é provável que seja uma das mais antigas casa da cidade. Por muitos anos funcionou na serra do Bananal um garimpo de ouro, assim como vocês viram na foto. No porão da cassa ainda existem senzalas, quando morriam escravos eles eram enterrados no cemitério perto da fazenda, localizamos o antigo cemitério na rua Professora Valderize, bairro de Santos Dumont.
O bairro de Santos Dumont foi visitado pelo nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele esteve com o prefeito, quer dizer ex-prefeito Elói Pietá para nomear a casa da Candinha como patrimônio cultural da raça negra.
A primeira igreja evangélica do Bairro está localizada na rua Dantas – Congregação Cristã do Brasil, que hoje é uma das igrejas com mais membros do bairro. No bairro tem mais de vinte igrejas: Metodista Livre, Renascer, Assembléia de Deus, O Brasil para Cristo, etc.
Santos Dumont e Munira no mapa de Guarulhos é chamado Bananal, como vocês podem ver no mapa de Guarulhos, não contam no mapa o bairro Santos Dumont ou Munira, mas consta os dois bairros juntos, então no mapa de Guarulhos não tem o bairro Santos Dumont, mas Bananal.
O bairro mudou muito de suas origens até o dia de hoje, a maioria das ruas estão asfaltadas, construíram quatro escolas, dois postos de saúde, etc. A primeira rua asfaltada foi a Dantas, hoje quase todas as ruas estão asfaltadas, além das quatro escolas construídas no bairro, a primeira foi Mauricio Nazar, entregue em 13/01/1982. A última escola entregue foi Darcy Ribeiro que foi entregue em 09/12/2008. Também foram entregues no bairro dois postos de saúde, o da rua Calábria e o da rua São Fernandes, entregues em 2006.
Em fim, hoje o índice de desenvolvimento do bairro cresceu muito e se continuar assim, Santos Dumont pode ser um dos bairros mais bem preparados de Guarulhos, atualmente reside no bairro de Santos Dumont cerca de 12.000 habitantes.

AGRADECIMENTOS:
Eu agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde e inteligência para desenvolver este trabalho e ao Pr. Leonardo por ter me dado esta oportunidade de mostrar meu trabalho aos queridos irmãos da Igreja Metodista Livre de Santos Dumont e, a minha mãe por ter me ajudado a desenvolver este trabalho.
Obrigado!!!