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terça-feira, 17 de março de 2009

Suicidio é um fato social!

Um e-mail anunciava a morte de um conhecido, homem inteligente, casado, com padrões de beleza elevado, financeiramente estabilizado, é encontrado morto no escritório com uma corda no pescoço. Fato muito assustador para uma pessoa com todas essas qualidades.
O e-mail mexeu muito comigo, pois saber que alguém conhecido chegou ao ponto de tirar a própria vida, surgem perguntas que ficam martelando a todo instante querendo buscar uma resposta.
- Amigo de trabalho, segurança, casado, pai de dois filhos. Me chamou para conversar na hora do almoço, eu com meu egoismo, minha vidinha burguesa, sem tempo para um papo, não podia conversar naquele dia, pois estava com pressa e muito ocupado, mas não sabia que o amanhã seria tarde.
Meu amigo se jogou na linha do metrô de São Paulo, noticia terrível.
Tive que recorrer a Durkheim e também a Camon, escritores e estudiosos de épocas diferentes, mas um pensamento muito aguçado do que é esse fenomeno, este acontecimento que tem acabado com famílias e destruído corações.
Para Durkheim o suicidio é enquadrado como um fato social, somos seres sociais e nossa relação com a sociedade determinará nossa atitude. Os indivíduos têm um certo nível de integração com os seus grupos, o que ele chama de integração social. Níveis anormalmente baixos ou altos de integração social poderiam resultar num aumento das taxas de suicídio:Ninguém se mata porque é simplesmente um louco, "endemoniado", se suicida por causa da sua relação com a sociedade. Se o individuo não tem uma interação com seu grupo, ele está propicio para o suicidio, o individuo que melhor se adapta com o grupo, dificilmente se suicidará.
Durkheim dividiu os tipos de suicidio, em praticamente quatro tipos (alguns teoricos dizem 3)
Suicídio egoísta:O egoísmo é um estado onde os laços entre o indivíduo e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está fracamente ligado à sociedade, terminar sua vida terá pouco impacto no resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos laços sociais para impedir que o indivíduo se mate. Esta foi a causa vista por Durkheim entre divorciados.Suicídio altruísta:O altruísmo e o oposto do egoísmo, onde um indivíduo está extremamente ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria. Indivíduos que cometem suicídio baseado no altruísmo morrem porque acreditam que sua morte pode trazer uma espécie de benefício para a sociedade. Em outras palavras, quando um indivíduo está tão fortemente ligado à sociedade, ele cometerá suicídio independentemente de sua própria hesitação se as normas da sociedade o levarem a tal. Ele viu isto acontecer em sociedades "primitivas" ou "antigas", mas também em regimentos militares muito tradicionais, como guardas imperiais ou de elite, na sociedade contemporânea; onde indivíduos vêem o mundo social sem importância e sacrificariam a si próprios por um grande ideal. Suicídio por anomia:A anomia é um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo (ausência de lei), mais freqüentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias econômicas e/ou sociais. Este tipo de suicídio acontece quando as normas sociais e leis que governam a sociedade não correspondem com os objetivos de vida do indivíduo. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape.
Suicídio fatalista:O fatalismo é o estado oposto à anomia, onde a regulação social é completamente instilada no indivíduo; não há esperança de mudança contra a disciplina opressiva da sociedade. A única forma do indivíduo ficar livre de tal estado é cometer suicídio.
Na Bíblia Sagrada temos a narrativa de Judas, que após trair o Salvador, se enforcou: " Então, judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se". (Mateus 27:5) - Antes teve o remorso... Como ele seria visto por todos na sociedade em que estava inserido.
A questão social é muito importante para determinar as ações de cada individuo. Infelizmente o suicídio atinge toda a família, não apenas o suicida, mas todos que estão envolvidos conforme Camon no seu livro “Suicidio”: Em termos estritamente filosóficos, o suicídio é um ato que questiona a existência de modo drástico e definitivo. Não atinge apenas a vítima, mas também seus familiares e amigos íntimos. A violência e o suicídio são fatores interligados de uma mesma manifestação: o desespero humano. E, no momento em que as pessoas estão sendo atiradas às raias do desespero pelas mais variadas razões.
Frederich Nietzsche dizia que o suicídio é a autonomia de sua própria vida, o ser humano tem o direito de determinar, por um fim na sua própria existência.
Como Teólogo não poderia de introduzir a esperança neste meu pensamento, a esperança para o desespero humano é Deus, a religião como o próprio Durkheim falou é um paliativo para o individuo se sustentar, e através dela que encontramos Deus, onde podemos depositar toda nossa esperança, o desejado, o que Nietzsche chamava de Deus desconhecido!

Dios bendiga,

Leonardo

Um comentário:

Unknown disse...

pr.
ainda não tinha lido a religião com esse termo paliativo, lembrei então q o 'uso' contínuo gera dependência e caracteriza-se como ineficiente...
precisamos do amor puro e único do Deus vivo e constante.