Com base nos meus estudos sobre Psicopatologia Infantil para as provas do primeiro bimestre de 2009, creio que posso utilizar essa ferramenta para discurssar sobre os meus interesses blog e de certa forma proporcionar ao leitor desse espaço do saber uma lição valiosa.
Temos que iniciar com o significado de Antinomia = paradoxos, contrários.
Com essa definição podemos de inicio definir que Teologia, Psicanalise e Medicina são antagonicas.
Na psicanálise utiliza-se como base Freud e o inconsciente, para psicanálise nada acontece por um acaso.
Na medicina, o médico trabalha com a doença que realmente afeta o paciente, e a Medicina é tratada como sendo um discurso, um discurso próximo de um mestre.
O discurso médico exclui a subjetividade, é exigida ao mesmo a objetividade, o desejo do médico é definido pelo objeto da Medicina.
Já o Teólogo se baseia na fé e nos dogmas (discursos fechados se é que podemos classificar assim).
Discurso Médico X Discurso Psicanalítico X Discurso Teológico:
O hospital é o campo da Medicina, o templo moderna da ciência.
Para o psicologo seu campo de atuação é o consultório, embora hoje em dia existem psicologos hospitalares e teológo que atua como capelão.
Freud iniciou o estudo da histeria, que é de interesse médico, só que o médico não tem resposta para um caso de histeria, após o diagnostico diz: “Vc não tem nada”, assim surge o psicanalista, pois a histeria é subjetiva, campo da psicanalise. Muitos teologos (pastores e padres) que detinham a verdade devido a igreja dominar o conhecimento, trabalharam a histeria como sendo possessão ou opressão, muitos foram queimados devido a essa doença, sendo tratados como loucos, feiticeiros, endemoniados, mas era única e exclusivamente uma histeria.
O que Freud descobre é que a histérica sofre daquilo que não sabe e que esse sofrimento é tão verdade quanto qualquer sofrimento decorrente de um corte no corpo feito sem anestesia.
Para o médico a fala do sujeito deve ser ouvida para ser descartada, a fala para psicanálise é de extrema importância, pois através dela que pode analisar o sujeito, o que o médico descarta para a psicanálise é importante. Para a Teologia a fala muitas vezes deve ser silenciada e dar lugar ao agir de Deus, não devemos questionar ou falar, mas temos que aguardar o melhor do Senhor!
Para o médico o psicanalista é colocado a margem, por sua impotência no discurso médico que deve ser objetivo, os casos que o médico rejeita ou não podem resolver se tornam o que chamamos de lixo, esse lixo é encaminhado para o consultório do psicanlista. Muitos pacientes por não encontrarem a cura no hospital ou consultório, enchem as igrejas evangélicas na sua maioria neopentecostais e pentecostais que de forma pragmatica trabalham a fé e a cura. Se não se tem um ponto em comum, uma não pode ser melhor que a outra, porque a relação que as ordens guardam entre si é de antinomia, apesar disso uma depende da outra.
Uma idéia para o problema seria ao médico cuidar dos casos orgânicos e aos psicanalistas os casos psíquicos, os teologos da religião. Mas é claro que muitos médicos irão atender neuróticos e psicanalistas de inicio também atenderão em seu consultório um paciente com problemas orgânicos, já o teologo atende os dois tipos.
Muitos dizem que os psicólogos são auxiliares dos médicos e assim a psicanálise da medicina, mas não é a verdade, a psicanálise não trata do homem e sim do sujeito do Inconsciente. A Teologia detém para si o título de mãe das ciências, a mesma trabalha o objetivo e subjetivo.
Muitas vezes o médico solicita um psicanalista para apoiá-lo, pois o paciente através de sua história pessoal, sua neurose, coloca o médico num lugar onde não pode fazer nada, a não ser a ajuda de um psicanalista, quando esses dois primeiros são insuficientes a o templo do conhecimento e saber sobre o sujeito se torna o saber teológico, a igreja, a mágia.
Conforme Moretto – O que é angustia, se não aquilo que não tem nomeação, aquilo que é pura expressão do Real por ter escapado à simbolização?
Sintoma: na medicina, mesmo sendo apresentado pelo doente, é constituído pelo médico. É ele quem observa esse sintoma, quem examina, quem o descreve, quem classifica, enfim, quem lhe dá o nome.
Já o psicanalista, não trata de dar nome ou vencê-los, mas de interpretá-los, para Freud o sintoma, embora seja um elemento simbólico que representa alguma coisa e, portanto, está aí para ser interpretado, contém em si mesmo o que há de mais Real e que diz respeito à verdade do sujeito.
Para o Teológo é possível vencer o sintoma, a receita está no divino, entregar os problemas para o Deus do impossível, o Jeová Rafa, que tira toda dor!
Um paciente curado de seus sintomas do ponto de vista médico, muitas vezes não é um paciente curado no ponto de vista psicanalítico e muito menos na teologia.
O médico, o psicalista e o teologo, cujos discursos se cruzam em torno dos mesmos sintomas, mas não se articulam. Tampouco há bem entendido, diálogo entre o paciente e o psicanalista, mas isto é uma outra história que constitui precisamente o objeto de cura psicanalítica.
Recomendo que leiam: MORETTO, M. L. Psicanalise e Medicina. O que pode um analista num hospital? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
Esse livro foi a base de meu estudo, acrescentei palavras, como me utilizei do próprio autor.
Recomendo ainda o filme: Freud Além da Alma, filme antigo, não retrata a vida de Freud na integra, mas os ensinos, o que Freud representou e representa para a Psicologia.
Mais um: ROLDÁN, Alberto Fernando. Para que serve a Teologia? - método, história e pós-modernidade.
Leonardo Simões dos Santos